Heráclito de Éfeso
O “Taoista” Grego
[…]
Heráclito de Éfeso acreditava num mundo de contínua mudança, de eterno devir. Para ele, todo o ser estático se fundava na decepção, e o seu princípio fundamental era o fogo, um símbolo do contínuo fluir e mudança de todas as coisas. Heráclito ensinou que todas as mudanças no mundo provêm da conjugação dinâmica e cíclica dos opostos, e concebia qualquer par de opostos como uma unidade, A esta unidade, que contém e transcende todas as forças opostas, chamava o Logos.
A ruptura desta unidade começou com a escola de Eleia, que sustentou um Princípio Divino estável acima dos deuses e dos homens. Este princípio foi inicialmente identificado com a unidade do universo, mas foi encarado como um Deus inteligente e personalizado, que permanece acima do mundo e o comanda.
Assim começou uma tendência de pensamento de que resultou a separação entre espírito e matéria, e o dualismo que se tomou característico da filosofia ocidental.
[…]
É espantoso que, ao mesmo tempo que Lao Tzu e os seus discípulos desenvolviam a sua visão do mundo, as características essenciais da visão taoista eram também ensinadas na Grécia, por um homem cujos ensinamentos são por nós hoje conhecidos apenas de uma forma fragmentada e que era, e ainda é, muitas vezes incompreendido.
Este ‹taoista› grego era Heráclito de Éfeso. Ele partilhava com Lao Tzu não só a noção de mudança contínua, expressa na sua máxima «tudo flui», mas também o conceito de que todas as mudanças são cíclicas.
Ele comparava a ordem no mundo «a um fogo sempre eterno, qual fênix renascida das cinzas»****, uma imagem que é realmente muito semelhante à ideia chinesa de Tao ao manifestar-se numa relação cíclica entre yin e yang.
É fácil verificar como o conceito de mudança — uma reciprocidade dinâmica de opostos — levou Heráclito, tal como Lao Tzu, à descoberta de que todos os opostos são polares e, por isso mesmo, unidos.
O «percurso que leva ao topo e à base é um único e o mesmo», disse o grego, e «Deus é dia noite, inverno verão, guerra paz, saciedade fome» *. Tal como os taoistas, ele via qualquer par de opostos como uma unidade e estava bem ciente da relatividade de todos estes conceitos.
Novamente, as palavras de Heráclito — «as coisas frias aquecem-se a si mesmas, o calor arrefece, o orvalho seca, o ressequido torna-se molhado» — lembram-nos vivamente as de Lao Tzu, «o fácil dá origem ao difícil— a ressonância harmoniza o som, o seguinte procede o anterior!».
É bastante surpreendente que seja pouco conhecida a grande semelhança de visões do mundo destes dois sábios do século vi a.C.
Heráclito de Éfeso é frequentemente relacionado com a física moderna, mas raramente com o taoismo.
E, no entanto, é esta última filosofia que ilustra o fato de a sua interpretação do mundo ser a de um místico, colocando assim, em minha opinião, numa perspectiva correta o paralelo entre as suas ideias e as da física moderna. Quando mencionamos o conceito taoista de mudança, convém referir que esta mudança não é tida como consequência de uma qualquer força, mas antes como uma tendência que é inerente a todas as coisas e situações.
Os movimentos de Tao não lhe são impostos, ocorrendo natural e espontaneamente. Espontaneidade é o princípio de ação de Tao, e como a conduta humana deve ser modelada pela atuação do Tao, a espontaneidade deve também ser uma característica de todas as ações humanas.
Atuar em harmonia com a natureza é assim, para os taoistas, atuar de uma forma espontânea de acordo com a natureza de cada um. Significa ter confiança na inteligência intuitiva própria, a qual é inerente à mente humana da mesma forma que as leis da mudança são inerentes a todas as coisas que nos rodeiam.
[…]
A ênfase no movimento, fluir e mudança é não só característica das tradições místicas orientais, como também tem sido um aspecto essencial da visão mística do mundo através dos tempos.
Na Grécia antiga, Heráclito de Éfeso ensinava que «tudo flui» e comparava o mundo a um fogo eterno, e no México o místico yaqui Don Juan fala acerca do «mundo que passa rapidamente» e afirma que «para se ser um homem de conhecimento é necessário ser-se luminoso e fluido». **
[…]
A visão oriental do mundo partilha, com a filosofia da armadilha da física moderna, não só os conceitos de interação mútua e autoconsistência de todos os fenômenos, como também a negação da matéria como constituída por entidades fundamentais.
Num universo, que é um todo inseparável e onde todas as formas são fluidas e em constante mudança, não existe lugar para entidades fundamentais fixas.
Assim, a noção de «blocos básicos de construção» da matéria não se encontra, de uma forma geral, no pensamento oriental.
(O Tao da Física – de Fritjof Capra)
Heráclito de Éfeso
As datas do nascimento e da morte de Heráclito de Éfeso são desconhecidas. Sabe-se, porém, que atingiu o acme de sua existência na época da 69ª Olimpíada, entre 504 e 500 a.C. Isto é suficiente para situá-lo uma geração após Xenófanes, ao qual se opôs e uma geração antes de Parmênides, o seu principal opositor.
De sua vida, pouco se conhece; supõe-se que tenha pertencido à aristocracia de Éfeso e que seus antepassados foram os fundadores da cidade. Mas parece que Heráclito abdicou dos seus direitos de participar do governo da cidade.
Chamavam-no de orgulhoso, pois desprezava seus concidadãos e levava uma vida à parte.
Cognominado de “obscuro”, relata-se que teria depositado o seu livro no templo de Ártemis, mas esta e as muitas lendas que se contam sobre a sua vida, não têm fundamento histórico.
Aspectos fundamentais da doutrina:
- A afirmação da unidade fundamental de todas as coisas: fragmentos 10, 50, 8, 103.
- Todas as coisas estão em movimento: fragmentos 12, 49a, 88.
- O movimento se processa através de contrários: fragmentos 8, 10, 23, 48, 51, 52, 53, 54, 62, 65, 67, 76, 80, 88, 126.
- O fogo é gerador do processo cósmico: fragmentos 30, 31, 60, 90.
- O Logos é compreendido como inteligência divina que governa o real: fragmentos 1, 2, 16, 30, 32, 41, 64, 67, 93, 94, 102, 108, 112, 113, 114, 115.
- A sabedoria humana liga-se ao Logos: fragmentos 19, 23, 34, 35, 45, 72, 101, 108, 112, 113, 115, 116.
- O conhecimento sensível é enganador e deve ser superado pela razão: fragmentos 7, 9, 78, 101a, 107, 123.
Fragmentos
1) Este Logos, os homens, antes ou depois de o haverem ouvido, jamais o compreendem. Ainda que tudo aconteça conforme este Logos, parece não terem experiência experimentando-se em tais palavras e obras, como eu as exponho, distinguindo-se em tais palavras e obras, como eu as exponho, distinguindo e explicando a natureza de cada coisa. Os outros homens ignoram o que fazem em estado de vigília, assim como esquecem o que fazem durante o sono.
2) Por isso, o comum deve ser seguido. Mas, a despeito de o Logos ser comum a todos, o vulgo vive como se cada um tivesse um entendimento particular.
3) (O Sol tem) a largura de um pé humano.
4) Se a felicidade consistisse nos prazeres do corpo, deveríamos proclamar felizes os bois, quando encontram ervilhas para comer.
5) Em vão procuram purificar-se, manchando-se com novo sangue de vítimas, como se, sujos com lama, quisessem lavar-se com lama. E louco seria considerado se alguém o descobrisse agindo assim. Dirigem também suas orações a estátuas, como se fosse possível conversar com edifícios, ignorando o que sejam os deuses e os heróis.
6) (O Sol é) novo todos os dias.
7) Se todas as coisas se tornassem fumaça, conhecer-se-ia com as narinas.
8) Tudo se faz por contraste; da luta dos contrários nasce a mais bela harmonia.
9) Os asnos preferem palha ao ouro.
10) Correlações: completo e incompleto, concorde e discorde, harmonia e desarmonia, e de todas as coisas, um, e de um, todas as coisas.
11) Tudo o que rasteja é custodiado pelos golpes (divinos).
12) Para os que entram nos mesmos rios, correm outras e novas águas. Mas também almas são exaladas do úmido.
13) (Os porcos) alegram-se na lama (mais do que na água limpa).
14) (A quem profetiza Heráclito?) Aos noctívagos, aos magos, às bacantes, às mênades e aos mistas. (A estes ameaça com o castigo após a morte, a estes profetiza o fogo). Pois o que os homens chamam mistérios (…).
15) Não fossem para Dionísio as pompas organizadas, com cantos fálicos, seriam os atos mais vergonhosos; o mesmo é, contudo, Hades e Dionísio, pelo qual deliram e festejam as Lenéas.
16) Quem se poderá esconder da (luz) que nunca se deita?
17) Muitos não entendem estas coisas, mesmo as encontrando em seu caminho, e não as entendem quando ensinados; mas pensam saber.
18) Se não tiveres esperança, não encontrarás o inesperado, pois não é encontradiço e é inacessível.
19) Homens que não sabem escutar nem falar.
20) (Heráclito parece considerar o nascimento uma infelicidade ao dizer:) Desde que nasceram querem viver e sofrer sua sorte mortal – ou antes descansar –, e deixam filhos para haver outras sortes mortais.
21) Morto é tudo o que nós vemos acordados; sonho, tudo o que nós vemos dormindo.
22) Os que procuram ouro, cavam em muita terra e pouco encontram.
23) Não houvesse isso (a injustiça) ignorariam o próprio nome de justiça.
24) Deuses e homens honram os caídos em combate.
25) Quanto maior for a morte, maiores os destinos.
26) O homem, na noite, acende a si mesmo uma luz, quando a lua dos seus olhos se apaga. Vivo, toca na morte, quando adormecido; acordado, toca os que dormem.
27) O que aguarda os homens após a morte, não é nem o que esperam nem o que imaginam.
28) Apenas a probabilidade é o que mais estimado conhece e guarda. Mas a Justiça saberá ocupar-se dos que tramam mentiras e de seus testemunhos.
29) Uma coisa preferem os melhores a tudo: a glória eterna às coisas perecíveis; mas a massa empanturra-se como o gado.
30) Este mundo, igual para todos, nenhum dos deuses e nenhum dos homens o fez; sempre foi, é e será um fogo eternamente vivo, acendendo-se e apagando-se conforme a medida.
31) As transformações do fogo: primeiro o mar; e a metade do mar é a terra, a outra metade o vento quente. A terra dilui-se em mar, e esta recebe a sua medida segundo a mesmo lei, tal como era antes de se tornar terra.
32) O Uno, o único sábio, recusa e aceita ser chamado pelo nome de Zeus.
33) Lei é também obedecer à vontade de um só.
34) Também quando ouvem não compreendem, são como mudos. Justificam o provérbio: presentes, estão ausentes.
35) De muitas coisas devem homens amantes da sabedoria estar avisados.
36) Para as almas, morrer é transformar-se em água; para a água, morrer é transformar-se em terra. Da terra, contudo, forma-se a água, e da água a alma.
37) Porcos banham-se na lama, pássaros no pó e na cinza.
38) (Tales, segundo alguns), foi o primeiro a pesquisar os astros… (Também Heráclito e Demócrito são disto testemunhas).
39) Em Priene viveu Bias, filho de Teutanes, cuja fama é maior que a dos outros.
40) A polimatia não instrui a inteligência. Não fosse assim teria instruído Hesíodo e Pitágoras, Xonófanes e Hecateu.
41) Só uma coisa é sábia: conhecer o pensamento que governa tudo através de tudo.
42) Homero deveria ser expulso dos jogos públicos e ser castigado. Também Arquíloco.
43) Melhor apagar a desmedida que um incêndio.
44) O povo deve lutar por sua lei como pelas muralhas.
45) Mesmo percorrendo todos os caminhos, jamais encontrarás os limites da alma, tão profundo é o seu Logos.
46) (Chamava a) presunção, doença sagrada (e a vista, enganadora).
47) Não devemos julgar apressadamente as grandes coisas.
48) O arco tem por nome a vida, e por obra a morte.
49) Um vale aos meus olhos dez mil, se é o melhor.
49a) Descemos e não descemos nos mesmos rios; somos e não somos.
50) (Heráclito afirma a unidade de todas as coisas: do separado e do não separado, do gerado e do não gerado, do mortal e do imortal, do Logos e do eterno, do pai e do filho, de Deus e da injustiça). É sábio que os que ouviram, não a mim, mas ao Logos, reconheçam que todas as coisas são um.
51) Eles não compreendem como, separando-se podem harmonizar-se: harmonia de forças contrárias, como o arco e a lira.
52) O tempo é uma criança que brinca, movendo as pedras do jogo para lá e para cá; governo de criança.
53) A guerra é o pai de todas as coisas e de todas o rei; de uns fez deuses, de outros, homens; de uns, escravos, de outros, homens livres.
54) A harmonia invisível é mais forte que a visível.
55) Prefiro tudo aquilo que se pode ver, ouvir e entender.
56) Os homens se enganam no conhecimento das coisas visíveis, como Homero, o mais sábio dos helenos. Pois também àqueles enganavam os jovens, quando catavam piolhos e diziam: tudo o que vimos e pegamos, nós abandonamos; tudo o que não vimos nem pegamos, levamos conosco.
57) A maioria tem por mestre Hesíodo. Estão convictos ser o que mais sabe – ele, que nem sabia distinguir o dia da noite. Pois é uma e a mesma coisa.
58) (Bem e mal são uma e a mesma coisa). Os médicos cortam, queimam (torturam de todos os modos os doentes, exigem) um salário, ainda que nada mereçam, fazendo(lhes) um bem semelhante (à doença).
59) O caminho da espiral sem fim é reto e curvo, é um e o mesmo.
60) O caminho para baixo e o caminho para cima é um e o mesmo.
61) O mar: a água mais pura e a mais abominável: aos peixes, potável e saudável; aos homens, impotável e prejudicial.
62) Imortais, mortais; mortais, imortais. A vida destes é a morte daqueles e a vida daqueles a morte destes.
63) Diante dele (Deus), levantam-se, e despertam vigias dos vivos e dos mortos.
64) O relâmpago governa o universo.
65) (Fogo:) carência e abundância.
66) Pois tudo o fogo, aproximando-se, julgará (e condenará).
67) Deus é dia e noite, inverno e verão, guerra e paz, abundância e fome. Mas toma formas variadas, assim como o fogo, quando misturado com essências, toma o nome segundo o perfume de cada uma delas.
67a) Assim como a aranha, instalada no centro de sua teia, sente quando uma mosca rompe algum fio (da teia) e por isso acorre rapidamente, quase aflita pelo rompimento do fio, assim a alma do homem, ferida alguma parte do corpo, apressadamente acode, quase indignada pela lesão do corpo, ao qual está ligada firme e harmoniosamente.
70) (Dizia que as opiniões dos homens são) jogos de crianças.
71) (Devemos lembrar-nos também do homem) que esquece para onde leva o caminho.
72) Sobre o Logos, com o qual estão em constante relação (e que governa todas as coisas), estão em desacordo, e as coisas que encontram todos os dias lhes parecem estranhas.
73) Não se deve agir nem falar como os que dormem.
75) Os adormecidos, (chama Heráclito, creio eu,) operários e colaboradores nos acontecimentos do cosmos.
76) O fogo vive a morte da terra e o ar vive a morte do fogo; a água vive a morte do ar e a terra a da água.
77) Tornar-se úmidas, para as almas, é prazer ou morte. (O prazer consiste no início da vida. E em outro lugar diz:) Nós vivemos a morte delas (das almas) e eles vivem a nossa morte.
78) O espírito do homem não tem conhecimentos, mas o divino tem.
79) O homem é infantil frente à divindade, assim como a criança frente ao homem.
80) É necessário saber que a guerra é o comum; é a justiça, discórdia; e que tudo acontece segundo discórdia e necessidade.
81) Pitágoras ancestral dos charlatães.
82) O mais belo símio é feio comparado ao homem.
83) O mais sábio dos homens, comparado a Deus, parecer-se-á um símio, em sabedoria, beleza e todo o resto.
84a) Movendo-se, descansa (o fogo etéreo do corpo humano).
84b) É cansativo servir e obedecer sempre aos mesmos (senhores).
85) Lutar contra os desejos é difícil. Pois o que exige, compra a alma.
86) (Grande parte do divino) subtrai-se ao conhecimento, por falta de confiança.
87) Um homem tolo assusta-se a cada palavra.
88) Em nós, manifesta-se sempre uma e a mesma coisa: vida e morte, vigília e sono, juventude e velhice. Pois a mudança de um dá o outro e reciprocamente.
89) Para aqueles que estão em estado de vigília, há um mundo único e comum.
90) O fogo se transforma em todas as coisas e todas as coisas se transformam em fogo, assim como se trocam as mercadorias por ouro e o ouro por mercadorias.
91) Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio. Dispersa-se, reúne-se; avança e se retira.
92) A Sibila, que com boca delirante, pronuncia palavras ásperas, secas e sem artifícios, (fazendo-as ressoar durante mil anos). Pois o Deus a inspira.
93) O senhor, cujo oráculo está em Delfos, não fala nem esconde: ele indica.
94) O Sol não ultrapassará os seus limites; se isto acontecer, as Eríneas, auxiliares da Justiça, saberão descobri-lo.
95) Melhor é dissimular sua ignorância. (Isto é difícil no desenfreio e ao beber).
96) Os cadáveres deveriam ser lançados fora como estrume.
97) Os cães ladram àqueles que não conhecem.
98) As almas aspiram o aroma no Hades.
99) Não houvesse o Sol, seria noite, a despeito das demais estrelas.
100) (…) o tempo próprio, que traz todas as coisas.
101) Eu me procurei a mim próprio.
101a) Os olhos são testemunhos mais agudos que os ouvidos.
102) Para Deus tudo é belo e bom e justo; os homens, contudo, julgam umas coisas injustas e outras justas.
103) Na circunferência, o princípio e o fim se confundem.
104) Qual é o seu espírito ou o seu entendimento? Acreditam nos cantores de rua e seu mestre á a massa, pois isto não sabem: “A maioria é má e poucos são os bons.”
106) (Heráclito censura Hesíodo por considerar uns dias bons e outros maus). Por ignorar que a natureza de cada dia é uma e a mesma.
107) Maus testemunhos para os homens são os olhos e os ouvidos, se suas almas são bárbaras.
108) De quantos ouvi as palavras, nenhum chegou a compreender que a sabedoria é distinta de todas as coisas.
110) Não seria melhor para os homens, se lhes acontecesse tudo o que desejam.
111) A doença torna a saúde agradável; o mal, o bem; a fome, a saciedade; a fadiga, o repouso.
112) O bem pensar é a mais alta virtude; e a sabedoria consiste em dizer a verdade e em agir conforme a natureza, ouvindo a sua voz.
113) O pensamento é comum a todos.
114) Os que falam com inteligência devem apoiar-se sobre o comum a todos, como uma cidade sobre as suas leis, e mesmo muito mais. Pois todas as leis humanas nutrem-se de uma única lei divina. Esta domina, tanto quanto quer; basta a todos (e a tudo) e ainda os ultrapassa.
115) À alma pertence o Logos, que se aumenta a si próprio.
116) A todos os homens é permitido o conhecimento de si mesmos e o pensamento correto.
117) O homem ébrio titubeia e se deixa conduzir por uma criança, sem saber para onde vai; pois úmida está a sua alma.
118) Brilho seco: alma mais sábia e melhor.
119) O caráter é o destino (daimon) de cada homem.
120) Términos da aurora e da noite: a Ursa e, ao lado oposto à Ursa, o Guardião de Zeus, resplandecente.
121) Os efésios deveriam todos enforcar-se, e suas crianças deveriam abandonar a cidade, pois expulsaram a Hermodoro, o mais valoroso dentre eles, dizendo: “Ninguém dentre nós deve ser o mais valoroso; senão, (que viva) em outro lugar e com outros”.
123) A natureza ama esconder-se.
124) A mais bela harmonia cósmica é semelhante a um monte de coisas atiradas.
125) Mesmo uma bebida se decompõe, se não for agitada.
125a) Que vossa riqueza, efésios, jamais se esgote, para que se manifeste a vossa maldade.
126) O frio torna-se quente, o quente frio, o úmido seco e o seco úmido.
(Os Filósofos Pre-Socráticos – de Gerd Bornheim)
Outros Posts:
O Princípio do Ritmo e a Dança Universal
O Princípio do Ritmo e a Dança UniversalEste blog contém links de afiliados para produtos e serviços que recomendo....
O Princípio da Polaridade e a Unidade dos Opostos
O Princípio da Polaridade e a Unidade dos OpostosEste blog contém links de afiliados para produtos e serviços que...
Princípio da Vibração: Sintonize os seus Sonhos!
Princípio da Vibração: Sintonize os seus Sonhos!Este blog contém links de afiliados para produtos e serviços que...